domingo, 13 de novembro de 2011

Diário dos Workshops no RS - Outubro 2011

Intro , primeiro dia.

Com a parada do Hangar em outubro, segui viagem para o noroeste do Rio Grande do Sul para uma série de workshops em várias cidades.
O inicio da viagem foi na segunda feira dia 10/10. Saí de casa por volta das 8h da manhã e sabia que iria percorrer cerca de 440km até a cidade de Frederico Westphalen. Nesse dia aproveitei para visitar várias lojas de instrumentos musicais ao longo do trajeto, fazendo um trabalho junto a um dos nossos patrocinadores. Cerca de uma hora após a saída percebi uma trepidação
das rodas parecida a que temos quando fura um pneu. Parei e não percebi nada de errado. Minha primeira parada seria na cidade de Lajeado. Quando dobrei a direita apara entrar na cidade , o carro quase não virou, como se o pneu fosse cair ou algo assim. Assustado entrei na rua principal da cidade e logo em seguida avistei um local que trabalhava com pneus e suspensão. Deixei o carro lá e parti caminhando até a primeira loja chamada Casa do Som. Voltando para buscar o carro, os mecânicos não conseguiram constatar nada de errado e apenas fizeram uma geometria e balanceamento. Segui viagem e cheguei até a cidade de Soledade. Antes de entrar na cidade parei em um local onde sempre paramos nas nossas viagens e fui fazer um lanche. Quando desci do carro, um cara me interpelou: "hey voce não toca no Hangar". Quando eu disse que sim ele me respondeu, "muito prazer eu sou o Morcegão"....hauha. A figura já era estranha e ainda com o nome de Morcegão, no mínimo estranho...haha.

Nada demais , ele era um grande fã do Aquiles e disse que já havia visto alguns shows nossos e acabou me levando até a loja Yahalom de Soledade. Coisas da estrada. O carro havia voltado ao normal e segui viagem. Essas paradas acabaram atrasando o horário de chegada. Enquanto passava por cidades como Carazinho e Sarandi e mais adiante até a chegada em Frederico Westphalen pude gravar vários vídeos mostrando a beleza do interior gaúcho e seu entardecer e anoitecer repletos de paisagens de campos e plantações típicas da região. Viajar sozinho é uma aventura e meus companheiros de viagem dessa vez se resumiam muito em Gotthard e Whitesnake, além do Rush e o meu Zoom Q3. Eu planejava chegar antes das 18h para pegar a loja Shopping da Música ainda ab
erta , mas não foi possível. A falta de sinal de celular no trecho final da região atrapalhou, mas ainda cheguei a receber uma mensagem dizendo "não vai dizer que se perdeu"..huaha

Frederico Westphalen

A primeira pessoa que me falou sobre FW foi o Fabiano Moeller da banda Tierramistica que fez um show lendário na cidade a uns dois anos atrás junto com o Paul Dianno. Cidade pequena com cerca de 30 mil habitantes, próxima a divisa com Santa Catarina. Quando fizemos nosso show em Ijuí no dia 02 de abril de 2010 acabamos conhecendo essa galera da cidade que gosta de metal. Pessoas como o Luiz Carlos Fuga, que tem um programa de heavy metal na rádio da cidade, o Carlos Trelles, a Elisa Conceição e é claro o Cardoso, dono da loja Shopping da Música. Cheguei em FW por volta das 19h00 e não sabia nada da cidade, mas com um pouco de paciência achei o hotel. Fui jantar em um restaurante muito aconchegante e agradável. Naquela noite eu estava bem apreensivo por vários motivos, não sabia o que encontrar, mas no final deu tudo certo. Confesso que estava muito cansado e logo em seguida subi para dormir. Era o começo de um negócio chamado resfriado, que eu só saberia um dia depois.Na terça feira após o almoço fui até a loja e conheci o Cardoso, sua família e loja . Ele me levou até o local do workshop, que era uma sala anexa a loja. A Shopping da Música é uma loja muito legal, você encontra o que precisar tal a variedade de produtos. Era aniversário da loja então o ambiente estava todo decorado com balões vermelhos e brancos. Montei o equipamento e passei o som. Além do que havia levado , o pessoal da loja montou um PA pequeno completo. Como era um evento de aniversário, o Cardoso me pediu que além do horário marcado, que era as 16h, se eu pudesse voltar as 19h. Não entendi muito bem , mas depois ficou bem claro, seriam duas sessões de bate papo e música. Na parte datarde antes de começar , recebi a visita do jornal da cidade que fez uma pequena entrevista e fotos.Também os amigos Fuga e Carlos estiveram lá para marcar presença. Após a primeira sessão fui até a rádio da cidade e levei um CD Acoustic e mais uma entrevista desta vez bem longa. Voltei as 18h30 para a loja. Nessa altura meu corpo já estava em estado febril avançado.Não aguentava mais , mas mesmo assim fui até as 20hs tocando e batendo papo com o pessoal. As 20h30 consegui desmontar tudo e me retirei. O Cardoso queria ainda me levar a algum lugar para jantar , mas preferi ir para o hotel deitar. No mesmo dia o Luiz Carlos Fuga estava produzindo um show na cidade com 3 bandas de heavy metal. Que sinuca , eu totalmente debilitado e um show de metal na cidade. Lá pelas 23hs resolvi dar uma passada rápida no local que era próximo ao hotel. Um clube muito legal, enorme e tudo montado para um grande show. Infelizmente somente cumprimentei algumas pessoas e voltei para o hotel novamente. Dia 12 feriado, amanheceu chuvoso e como teria que viajar para Ijuí somente no dia 13 , fui conhecer a praça da cidade, ao lado do hotel, a igreja, essas coisas de cidade pequena que são muio legais. Não me arrisquei muito porque a canseira da gripe estava pegando. Feriado foi difícil arrumar lugar para comer, mas uma padaria no meio da noite chuvosa de FW me salvou. Tudo era doce lá e até hoje me traz recordações bem legais. FW ficou na memória e em breve estarei voltando com o
Eduardo Martinez.

Ijuí

Cheguei a Ijuí no dia 13 após o meio dia. A Cia. da Música é uma loja na parte central da cidade e assim que cheguei , o Fábio que é o proprietário já havia montado um Pa pequeno na parte direita do ambiente. Voltar a Ijuí é sempre um prazer. Temos muitos amigos lá desde o show de 2010. O pessoal da Excellence, Marcos Rígoli, Lucas Prauchner, Robson, Walterson Pimenta, nossa correspondente do Whiplash Débora Reolly, os amigos e amigas Kitty Rígoli, Mano Rígoli, Paty Cordeiro, Cilas e Joana Frota, Fábio Mariani e vários outros que sempre compareceram aos nossos eventos. O workshop começou as 19hs e por incrível que pareça naquela noite havia uma concorrência na cidade, o show de Luan Santana. Tudo bem eu não atrapalhei o show dele e ficamos batendo papo e tocando com a loja lotada. Como eram todos músicos acabamos debatendo muito sobre música e mercado da música. Fui para o hotel lá pela 22hs e depois saí para comer voltando logo em seguida ao hotel.

São Luiz Gonzaga

Na manhã do dia 14 peguei a estrada para São Luiz Gonzaga. Foram 110km até a cidade. Chagando lá me encontrei com o Álvaro Adam. Falar sobre o Álvaro é falar sobre música, guitarra e sobre a vontade de fazer e acontecer. Na nossa linguagem ele seria uma "festa". Um adjetivo fraco para ele. A sua vontade de fazer as coisas é muito mais forte que isso. Ás vezes eu tinha que segurar o seu ímpeto, coisa não muito fácil de se fazer. Esse dia foi muito especial porque vindo de Porto Alegre encontrei meu grande amigo Michael Polchowic
z, primeiro vocalista do Hangar. A tarde fomos até a Alfa Music e tivemos uma entrevista no jornal local.O workshop ainda teve a participação de Mauriel Ourique na bateria. Dividir o palco com esses caras e principalmente com o Mike foi emocionante. Eu comecei tocando algumas músicas do Hangar e logo em seguida o Mike entrou para cantar algumas da sua banda Venus Attack e alguns clássicos como "O Sole Mio", que eu insistentemente chamava de "Corneto"..Mike canta o "Corneto" ai....hauauh. Logo em seguida entrou o Álvaro que detonou com sua guitarra temas instrumentais muito legais. A emoção dele era notória em dividir o palco conosco. Por último o Mauriel tocou alguns temas bem na praia metal mesmo. Para finalizar nos juntamos e tocamos Faling in Disgrace do Hangar. Uma noite memorável com casa cheia e muita gente na cidade
que queria ouvir heavy metal, além dos amigos Caco Garcia, Eduardo
Cadore, Diego Pinto e Paulo Bedengo.

Santo Antonio das Missões

Na mesma noite saí de S.Luiz e rumei direto para a casa do Caco e Diego Garcia em Santo Antonio das Missões. A gripe bateu forte e deitei logo para acordar bem no outro dia. O evento no sábado fazia parte da Exposam, feira anual da cidade. O workshop era do Mauriel Ourique e eu e o Mike participamos. O modelo foi parecido com o de S.Luiz, porém com o Diego Pinto na guitarra. Foi uma estadia bem divertida, apesar do meu corpo não aguentar.A cada refeiçao lá ia o Mike catar "O Corneto" para o pessoal se divertir. O workshop foi a tarde e a noite o pessoal voltou para a festa enquanto eu fiquei dormindo pra me recuperar. Na manhã do domingo após me despedir de todos parti rumo a Santo Angelo onde fiquei na noite de domingo para visitar a loja Onyx Som e Cinesom

Santa Rosa

Na segunda feira pela manhã após visitar as duas lojas em Santo Angelo parti em direção a Santa Rosa. Fazia apenas 40 dias que tínhamos estado na cidade com a banda toda. Chegando a cidade fui direto ao portal da Xuxa. Sim a Xuxa , apresentadora de TV nasceu em Santa Rosa, então a cidade tem um carinho especial por ela, muito embora ela continue falando que nem carioca, rsrs.

Segui direto a Yang Music e depois a Shopping Music do meu amigo Luís. O pequeno palco já estava armado e um Pa colocado a disposição. Antes do evento fomos até a rádio local para uma entrevista muito boa de cerca de 45 minutos. Voltei rápido e o workshop transcorreu normalmente com muitas perguntas. Após me despedir do Luís e do pessoal da loja peguei a estrada rumo a Ijuí, já que no próximo dia teria que viajar para Panambi.

Panambi


Saí de Ijuí no dia 18/10 após o meio dia e segui para Panambi. Tocamos em nessa cidade em junho e conheci um pessoal muito bacana da Escola de Talentos da cidade. Assim que cheguei fui até a Karonna onde o Roberto já me esperava. Lá ele também montou um pequeno PA e foi tudo muito tranquilo. Antes do work fui até o hotel Elsenau, um lugar no meio do campo, muito tranquilo com vários jardins e bosques ao redor. Foi muito bom passar esse tempo nesse local. As 18h voltei a loja e inicei o workshop. Encontrei meus amigos Loriva Batera e a Josi, Duda Beck e o Charlei Haas. Foi um bate papo muito bom, praticamente em casa. Após o encerramento voltei ao Elsenau onde havia um tipo de congresso de alguma entidade da cidade. Toda a tranquilidade foi pro espaço. Após a janta fui para o quarto e fiz um balanço da viagem.

Final

Saí de Panambi dia 19 por volta das 10h para a volta para casa. Sabe aquele problema com o carro que falei anteriormente?? Pois bem, quando estava saindo da cidade senti a roda direita trepidar. Parei no acostamento e girei o carro em 180 graus para ver o que acontecia e ouvi um barulho de alguma coisa quebrando. Segui de volta até a cidade mais próxima e encontrei uma concessionária da Wolkswagen. Entrei , expliquei a situação e os caras diagnosticaram como homocinética direita que quebrou. Prazo para entrega do carro, somente as 15hs. Eram 11 da manhã. O jeito foi arranjar um lugar para almoçar e curtir a cidade por mais um tempo. No final foram horas agradáveis de espera e as 15hs com o carro ok segui de volta para Gravataí. Depois de 10 dias , 1600km e vários workshops e cidades, voltei por entre as lindas paisagens gaúchas cantando uma música bem legal de uma banda chamada Cidadão Quem que diz "Foi pouco tempo mas valeu, vivi cada segundo, quero o tempo que passou", uma verdade sobre o sentimento que fica sobre o seu trabalho, a viagem e as pessoas que voce conhece no decorrer dos dias.
No mes de novembro a aventura continua, quem sabe a gente se encontra por ai???..abs.

NM







terça-feira, 25 de outubro de 2011

Diário do Hangar - Setembro e Outubro 2011


Audição do novo CD

Começamos setembro exatamente no dia 09. Escolhemos algumas pessoas para irem até o Estúdio FX e conhecer o novo CD e o clip de "Haunted By Your Ghosts". Foi um dia bem corrido. Compramos alguns comes e bebes e chegamos ao Fx Studios às 17hs. Pelas 19hs, os convidados começaram a chegar. O estúdio capitaneado pelo grande Durval Gama tem vários ambientes, porém o local da audição tornou-se pequeno para acolher tanta gente. Estavam lá vários amigos como o Théo Vieira, Daniel Piquê, João Duarte, Marina Dickinson, Vanessa Dói, Carol Angeli, Appolo Moreira, Adair Daufembach, Ana Soncin e Simone Borges, Gibão e Natália Lett, além dos ganhadores da promoção para ouvir em primeira mão o novo CD, que foram a Damaris Silveira e o Júlio, a Pry Gianotti e o Guilherme Kobayoshi, o Filipe Prado, o Junior Wendland e a Simara Fiorelini Wendland, o Leonardo Sampaio e a Salete Salles, o André Murbach e a Sam Godoy. O Aquiles começou a noite falando muito bem sobre a situação e muitas pessoas que estavam ali presente não sabiam da saída do Humberto e muito menos da presença do André. Após ouvirmos cinco músicas o Aquiles chamou o André e o apresentou causando uma surpresa geral no pessoal. O ambiente que já era de festa ficou ainda mais legal com a participação e empolgação de todos que se encontravam no local. Era muito legal ver as pessoas aceitando bem o CD. Após a audição fomos todos para terraço do estúdio saborear os comes e bebes preparados anteriormente. Ficamos conversando muito com todos que expressavam as suas surpresas e também toda a empolgação com essas mesmas surpresas.

Ensaios

Após o dia 09, nos reunimos na sala onde o Aquiles costumeiramente ministra aulas, no Instituto Fabiano Manhas, para os primeiros ensaios com a nova formação. Eu estava realmente apreensivo, pois nunca havia tocado com o André. Gravar é uma coisa totalmente diferente. Sabia da responsabilidade que seria, já que são dois sets diferentes, acústico e elétrico. Para os demais integrantes que já estão acostumados, tudo bem, mas o André com certeza teria uma carga maior de responsabilidade e trabalho. Ensaiamos durante três dias alternando entre os dois sets e nos preparamos para a primeira viagem.

Santa Rosa 14/09

O primeiro compromisso da nova formação foi em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. Saímos de São Paulo no dia 13 e percorremos cerca de 1200 km até a cidade onde a Xuxa nasceu. O evento que na realidade era um workshop do Aquiles acabou contando com a presença de toda banda, exceto o André. Achamos melhor ele não se expor no primeiro show depois de tantas horas de viagem. O workshop correu normalmente no teatro da cidade, geralmente ligado a música tradicionalista e regional gaúcha. Após o evento nos dirigimos a um restaurante onde assistimos ao programa "Leitura Dinâmica", da Rede TV, com a matéria sobre o lançamento do nosso novo disco e o clip de "Haunted By Your Ghosts". Comemoramos muito no restaurante vendo a nossa imagem na tela. Foi apenas um dos motivos que não irá fazer a gente esquecer Santa Rosa por um bom tempo.

São Borja 17/09

No dia 15 de setembro saímos de Santa Rosa rumo à cidade de Santo Antônio das Missões. Pra quem não sabe nessa cidade moram quatro dos mais ferrenhos fãs do Hangar e nossos amigos há muito tempo. São eles o Caco Garcia, Diego Garcia, Paulo Rogério Bedengo e o Mauriel Ourique, que têm ligação direta com a história do Hangar desde 1998. EM 99 eu mesmo respondi a uma entrevista para o Caco por carta, já que ele tinha um zine na época. Hoje, após todos esses anos eles sempre nos recebem muito bem. Dormimos na casa do Caco e saboreamos uma grande janta de "pão com linguiça", preparada na casa da mãe do Caco. No final da tarde o Aquiles, o Mauriel, o Telles e eu fomos até a divisa do Rio Grande com a Argentina, bisbilhotar alguns preços e algumas novidades no lado portenho do pampa, mas não encontramos nada que agradasse, além da pobreza que infelizmente assola os hermanos argentinos.

Na manhã seguinte rumamos para São Borja, fronteira com a Argentina. Fomos para o hotel e na parte da tarde fizemos uma sessão de autógrafos na loja Let´s Rock. Foi exatamente nessa sessão que eu comece a sentir que algo estava estranho com um dos meus dentes em tratamento. Como parte do curativo havia cedido, o frio e comida trataram de fazer com que ele inchasse muito. A noite foi pior ainda e no outro dia eu estava com o rosto completamente inchado.

Era a estreia do André e sempre se fica um pouco nervoso nessa situação. O público sabia disso e tratou de deixar a banda bem à vontade. Cantou, brincou e curtiu a noite. Confesso que eu não aproveitei nada porque só queria que tudo acabasse logo para que eu fosse embora apara o hotel. O lado esquerdo do meu rosto estava uma bola e lógico a galera já me mandou um apelido de "fofão", só pra "não perder o amigo". Nesse show estava o Eduardo Cadore, amigo de longa data que acabou fazendo junto com o Caco Garcia a primeira resenha de um show com a nova formação para o blog Road To Metal. Deixamos São Borja no domingo dia 18 e rumamos para Porto Alegre aonde chegamos à noite e dividimos a banda e equipe em dois grupos, ficando uma parte na minha casa em Gravataí e outra na casa do Martinez em Porto Alegre.

Porto Alegre 19/09

Na segunda-feira, dia 19, foi a vez do lançamento do disco e da biografia do Aquiles na Livraria Cultura, situada em um grande shopping de Porto Alegre. Com uma estrutura muito boa para pequenos shows, a Livraria Cultura se diferencia pelo grande acervo que possui, tanto de livros quanto de CDS e ter nossos nesse estoque sempre será importante. Aqui foi a estreia do André, com o set acústico e recebemos na plateia muitos conhecidos, familiares meus, do Aquiles e do Martinez que foram prestigiar. Uma grande presença foi o nosso ex-vocalista Michael Polchowicz, que foi ovacionado pelo público quando subiu ao palco para nos cumprimentar. Após o show recebemos todos no hall da Livraria com muito vinho e petiscos servidos pelos garçons contratados pela Cultura. Acho que muita gente saiu meio tropego nesse dia, mas enfim valeu a festa.

Novo Hamburgo 20/09

Após uma noite bem dormida em casa, seguimos para Novo Hamburgo, a cerca de 30 km de Porto Alegre. No Rio Grande do Sul, dia 20 de setembro é feriado farroupilha. Guardadas as devidas proporções seria o equivalente ao 7 de setembro. O workshow foi uma promoção da loja Toda Música e da Urbann Boards. Inusitadamente o dia amanheceu muito frio para a época e com uma chuva fina incessante o que fez com que descarregar o ônibus fosse uma aventura terrível. No final tudo certo e foi um grande evento com a presença de muitas pessoas de várias cidades próximas. Depois na noite uma pequena confusão no hotel fez com que ríssemos muito do acontecido, mas melhor não entrar em detalhes.

Rio Negrinho 21/09

Saímos às 23 h de Novo Hamburgo, direto para Rio Negrinho em Santa Catarina. Seriam 600 km a noite subindo a serra pela BR 116. Até aí tudo bem, mas o que eu não sabia é que o trecho entre Novo Hamburgo e Caxias fosse tão perigoso e com neblina a toda hora. Não há como dormir desse jeito. Alguns até conseguem pelo cansaço, mas geralmente o Aquiles e eu não dormimos. Depois enfrentamos mais um pedaço muito ruim de Caxias até Vacaria com muita serra. No inicio da manhã, lá pelas nove horas já estávamos próximos ao destino e consegui descansar um pouco. Realmente eu sou estressado, fazer o quê? Chegamos a Rio Negrinho, pequena cidade ao norte de Santa Catarina e conhecemos o Juliano que prontamente nos levou ao almoço. Seguimos depois para o local do workshow, que aqui também seria do Aquiles, com minha participação, mas acabamos todos participando, o que deixou o público bem feliz. No final o Juliano acabou convidando a banda a voltar no dia 9 de dezembro para um festival que ele organiza na cidade.

Expo Music 2011

Na manhã seguinte, dia 22, voltamos a São Paulo e nos preparamos para a Expo 2011. Falar sobre Expo é sempre falar em lançamento de CD, pocket shows e encontrar velhos e novos amigos. Desde 2006 temos sido uma das bandas que mais toca neste evento. Com a chegada do CD Acústico, nada melhor que vários pockets shows para apresentarmos oficialmente o André e o disco. Estivemos nos stands dos nossos principais parceiros, Harman, Royal, AMI, Pride e na Lady Snake onde tivemos as sessões de autógrafos. Como sempre todos nossos grandes amigos compareceram. Um dos destaques foi o Mauriel Ourique, nosso grande amigo que saiu de Santo Antonio das Missões para nos ajudar em São Paulo.

Uberlândia 07/10

Chegamos a Uberlândia na manhã do dia 07/10, sexta feira. Foi o nosso primeiro show inteiro no formato acústico após o lançamento do CD. O local chamado Rock n Beer, um pub muito bonito e moderno, estava lotado de vários fãs e amigos. Temos voltado várias vezes a Uberlândia, cidade do triangulo mineiro, próximo à divisa com São Paulo, uma região tipicamente "sertaneja". Desde 2008 acho que já estivemos na cidade seis vezes, o que comprova a teoria de que não interessa onde você esteja, sempre haverá o público fiel do metal. Agradecemos muito a presença de todos os amigos e do Bambi pela organização.

Araraquara 08/10

Saímos de Uberlândia às 5h da manhã e seguimos em direção a Araraquara. Lembro que quando entrei no ônibus falei para o nosso motorista, o Telles, que ele seguisse sempre pelas BRs em direção a São Paulo, passando por Uberaba, Ribeirão Preto e depois dobrando a direita para chegar a Araraquara. Nem sempre é bom confiar somente no GPS. Depois de uma hora de viagem, quando todos estavam dormindo, senti que o ônibus começou a passar por buracos e a trepidar. Olhei lá na frente e vi uma estrada deserta, com buracos e crateras enormes. Fui até a frente e tentei entender o que estava passando. O Telles prontamente respondeu todo sem jeito, naquele sotaque caipira que só ele tem, "uai, o GPS mandou eu dobrar a direita, eu fui...". Naquela altura eu só pensava em uma frase que o Aquiles sempre me repete que diz que não dá pra deixar nada para os outros fazerem, faça você mesmo se quiser que aconteça. Eu não sabia quantos km ainda faltavam para acabar aquele pesadelo. Ignorei o GPS que já não tinha sinal e comecei a procurar a via no mapa. O lugar era completamente abandonado, típica zona rural de plantação de cana com uma longa estrada de asfalto esburacado esquecida pelas autoridades. Como se fosse uma cena de filme de Tarantino, ou algum classe "B" que passa na madrugada em uma TV aberta qualquer, eu torcia para que ninguém acordasse e que eu de alguma maneira achasse a maldita estrada no mapa para calcular quantos quilômetros ainda teríamos que andar. Nada adiantou. Logo em seguida o Aquiles já estava acordado tentando entender o que se passava. Achei a rota no mapa e calculei 20 km de estrada ainda faltantes. Foi o dia que mais temi pelo ônibus. Foram 30 km de estrada abandonada pela civilização com perigo de uma quebra qualquer, sem sinal de celular. Finalmente chegamos ao asfalto normal e seguimos em direção a Araraquara. A lição que ficou é que nunca confie plenamente no seu GPS, ele pode tentar te ferrar mesmo.

O Araraquara Rock é um festival anual na cidade realizado em um teatro de arena muito bonito. Uma concha acústica. Saímos do hotel e seguimos para o local e começamos a montar o equipamento. Na passagem de som tocamos uma música que até mesmo para nós seria uma surpresa. Eu sempre fui um fã confesso de David Coverdale desde os discos com o Deep Purple até chegar à carreira sensacional com o Whitesnake. Aproveitando o timbre de voz do André, o Aquiles sugeriu que tocássemos "The Deeper the Love". Essa música é um clássico lançado no CD "Slip of the Tongue" de 1990 e ficou muito boa na versão do Hangar. Foi um dos destaques do show. Cerca de três mil pessoas compareceram ao evento do qual éramos a última banda a tocar. Para um show coletivo onde seríamos os headliners a falta de atraso nos surpreendeu e o show começou no horário previsto. Muitos amigos comparecerem, o Michel de Paraguaçu, as "irmãs Damaris" rsrs, Pry Gianotti e Damaris Silveira acompanhadas pelo Júlio César e o Guilherme Kobayashi que viajaram de São Paulo até Araraquara para o evento. Voltamos para São Paulo na manhã seguinte, sem antes assistir todo o vídeo da apresentação, onde constatamos nossos acertos e erros, coisas de Hangar...

Ainda em Outubro...

Voltamos para casa e em função de workshops individuais passamos a agenda da banda para novembro. Enquanto o Aquiles carimbava seu passaporte mais uma vez, levando seu talento e música para a Polônia, República Tcheca, Bulgária e Canadá, eu andei lá pelas missões no RS levando um pouco do Hangar para nossos amigos, mas isso é um assunto para o blog Riffmaker em breve.

Voltarei em breve com o mês de novembro e o Dia do Metal Nacional, evento que causou muito assunto na cena.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Diário do Hangar - Agosto 2011


Acústico, por que não?

Para escrever o diário de agosto de 2011, voltarei no tempo. Para ser mais preciso, cerca de três ou quatro anos atrás. Logo após o lançamento do TROYC, passamos a incorporar em nosso set um formato acústico. Uma grande parte de nossas composições foram feitas em violões. Por exemplo , "To Tame a Land", "When The Darkness Takes You" e mais recentemente algumas músicas do Infallible nasceram assim também.
Além de dar continuidade a este fato, que faz parte da história musical da banda, achamos satisfatório incluir um formato que pudesse, ao mesmo tempo, ser diferente do set normal elétrico e também pudesse ser apresentado em lugares menores, mais introspectivos como escolas, teatros, auditórios etc. A exemplo do que fizemos depois com o "workshow", abrimos nosso portfólio de apresentações do Hangar com várias possibilidades, ficando a disposição para qualquer tipo de local ou ambiente. O formato acústico faz parte da nossa formação. Eduardo Martinez é Bacharel em Composição e Violão e todos os outros tocam um pouco desse instrumento, além de terem sidos influenciados por bandas e artistas que sempre tiveram essa referência calçada em violões como inúmeros nomes que vão desde Maná, Dave Matthews, os antigos MTVs acústicos, etc etc.
Dentro desse espírito começamos a tocar nosso set acústico em março de 2008. Tivemos até um DVD totalmente gravado nesse formato em maio de 2008, que no entanto não foi lançado por motivos de troca de vocalista. Durante todos esses anos exercitamos o set - e repetindo, fomos influenciados por ele em várias passagens do disco Infallible de 2009. "Based on a True Story" é um bom exemplo disso, além de "Time to Forget" e "Solitary Mind".
O ano de 2011 chegou e recebemos uma proposta de gravação de um registro nesses moldes, por volta do mês de março. O FX Estúdio abriu as portas para que nós gravássemos o disco, coisa que para qual, dependíamos apenas e tão apenas da nossa disponibilidade. Uma ótima ótima oportunidade de darmos sequência a Infallible Tour antes de lançarmos o próximo CD e a próxima tour em 2012. Se a história fosse simples assim, não seria tão longa.

Problemas

Nós tínhamos agenda praticamente lotada até julho de 2011. Em alguns intervalos poderíamos começar a gravar e assim foi decidido. Porém, um problema não saia da nossa cabeça. Por volta de abril, o Humberto começou a demonstrar a sua insatisfação com alguns problemas particulares. Como estávamos sempre na correria, conversávamos sempre sobre isso e demos um jeito de ir levando, "empurrando com a barriga". A corda foi esticando e chegou em um momento que tivemos que parar tudo e tomar decisões.
Final de maio nos reunimos para fazer a pré-produção do disco. Refizemos vários arranjos e o Aquiles imediatamente começou a gravar, seguido por mim. Quando se lança um CD, as pessoas em sua maioria não sabem o que isso implica, mas com certeza devem imaginar; envolve uma quantidade de pessoas capacitadas. Engenheiros de som, roadies, produção, horas e mais horas de gravações e muito trabalho. É um trabalho que envolve comprometimento e muito dinheiro, mesmo que às vezes em parceria com alguém. Ou seja, a sua responsabilidade é muito grande!
Saímos para tocar no sul no início do mês de junho. E no dia 12 de junho, na cidade de Osório, após o show nos reunimos e decidimos, em comum acordo, que o Humberto deveria voltar para Manaus depois do nosso último compromisso que teríamos no dia 22 de julho, no SESC Pompéia. A decisão levou em consideração que ele deveria procurar a sua felicidade e nós respeitá-lo quanto aos seus problemas. Foi impactante! O Aquiles até hoje me cobra internamente que eu escolhi todos os vocalistas da banda e sempre acontece alguma coisa e as pessoas acabam indo embora. É claro que eu levo isso na brincadeira, porque eu vejo isso de outra maneira. Eu tenho muita coragem de indicar o cara porque é o melhor para a minha banda no momento. Não há como saber se a pessoa vai apresentar problemas depois, se irá embora, se irá abandonar o barco ou se irá ficar eternamente com a gente. A única certeza que tenho é que nós quatro, que tocamos juntos há cerca de 12 anos, estamos aí, sempre em frente e avante! Eu sei que ninguém tem culpa de nada, as coisas acontecem e as pessoas pensam no que é melhor para elas. Em alguns momentos eu sou bastante rude porque não consigo entender, mas não há o que fazer, somente agradecer o tempo que estiveram conosco e torcer para que as etapas amargas sejam breves para os dois lados.

Gravar com quem?

Enquanto o Humberto cumpria suas datas conosco, quebramos as cabeças pensando em quem poderia gravar o CD e como que conduziríamos isso junto aos nossos fãs, já bastante machucados com as nossas intensas troca de vocalistas. Estive em casa durante o mês de junho, quando o Daniel Fernandes e o Rodrigo Batata, nosso engenheiro de som e técnico de bateria, mostraram-me um clip de uma música chamada "Neblim". Uma orquestra e o Eloy Casagrande na bateria e uma grande voz, que até então era desconhecida para mim: André Leite. Chamei o Aquiles e mostrei a imagem. Dois dias depois, o Aquiles entrou em contato com o André e começou a explicar a situação a ele. Já estávamos no início do mês de julho e a gravação de violão e teclados já haviam começado. A situação não era confortável para ninguém.
Durante muitos shows vivemos uma situação de total insegurança. Um vocalista em cima do palco com prazo para ir embora e resolver seus problemas, sem prazo para voltar e um outro no estúdio, prestes a gravar um disco novo com o Hangar. Confesso que o mês de julho foi complicado.

Opinião

Quando eu tinha entre 14 e 15 anos, lembro-me de não entender o porque que o Deep Purple tinha trocado de vocalista e baixista. Alguns discos tinham o Gillan e o Glover, outros o Coverdale e o Glenn Hughes. Eu sei que o fã gosta de estabilidade. Na Europa isso é mais comum. O senso de profissionalismo é muito mais aguçado e as trocas nas bandas são vistas como trabalho e nada mais. Aqui, no país "caliente", a coisa é diferente. As trocas ferem o emocional do cara que gosta da banda, sente-se traído. Como se a banda fosse uma fraude ou qualquer coisa enganosa.
É nessa hora que temos que recorrer ao exercício de pensamento ao contrário. Tentar entender o que a banda passa nesse momento é essencial. Quando aceitamos um novo elemento no grupo temos a sensação de que desta vez acertamos e não há nenhum indicativo de que alguma coisa está errada. A convivência, o tempo , a batalha do dia-a-dia é que fazem a diferença. Se você não está preparado para isso, a fraqueza que é uma inimiga em qualquer circunstância pode ser mortal e desfazer o seu sonho. O sonho da continuidade, no nosso caso, mais uma vez esteve por um fio. Eu posso respeitar o momento do Humberto e dos nossos fãs, mas também tenho que respeitar o momento da banda, das pessoas que estão aqui do outro lado, batalhando, trabalhando, dedicando horas e horas para que o Hangar avance sempre mais. Não há como se esquecer disso, pois aqui só há espaço para a valentia e não antônimos pequenos!

But plugged in

Durante o mês de julho seguimos com as gravações do Acoustic. Os arranjos e os timbres ficaram excepcionais! O baixo para mim, claro, foi um caso a parte. Sendo um disco acústico ele ganhou destaque com linhas já antigas, algumas novas e outras tantas concebidas forçosamente durante a gravação, indo ao encontro dos novos arranjos de bateria.
Conheci o André e fiquei muito impressionado com sua humildade, muito mais com sua afinação e também com a sua postura como artista; muito pró-ativo. O Aquiles passou quase o mês todo envolvido com a produção, mixagem, masterização, capa, fotos etc. Junto com um time de profissionais de respeito como: o Théo Vieira ( mixagem, arranjos, voz ), Vanessa Doi ( direção de arte do encarte e capa), Renan Facciolo ( fotos ), Ricardo Aquino ( técnico de gravação), Durval da Gama ( FX Estúdio), Natália Lett ( fotos ), Arthur Bevilacqua e Pirata ( making offs ), João Duarte e Marina Dickinson ( sites, artes e myspaces ), Daniel Piquê ( direção de arte dos vídeos ), Heros Trench ( masterização), além de pessoas próximas como a Sônia Paha e sua equipe da Lady Snake, que abraçou esse projeto conosco. São mais de 20 pessoas em sintonia! E é essa junção de ideias e pessoas movidas por um objetivo, que levaram a banda adiante! Foi um alento importante para aquele momento. Passamos a canalizar positividade em volta do processo e de uma data: 10 de setembro.

Última etapa

Na última semana de agosto nos reunimos para a última etapa do CD. Gravamos em São Paulo, no estúdio FX o clip de uma música antiga nossa e que será lançada até o final do ano. Daniel Piquê fez um trabalho muito bom com o pouco espaço que tínhamos. Dois dias depois estávamos em São Sebastião do Paraíso, no estúdio do Daniel, onde registramos o clip da música inédita do disco "Haunted by your Ghosts".
"Haunted" nasceu de uma ideia pré-concebida pelo Aquiles que imediatamente musiquei no baixo, seguido pela introdução do Fábio e de um verso com ideias do Theo Vieira e do Martinez. Um trabalho em equipe! Tratando-se de uma música sem guitarra com distorção, o recado foi dado. Ela pulsa para cima, que era o que precisávamos para aquele momento.

Futuro

O futuro é o aqui e agora!
Disco novo e vocalista novo!
Nosso trabalho está aí e foi feito de coração. Em 90% dos casos, as pessoas não tem ideia do que acontece dentro de uma banda, portanto fica fácil julgar. Um diário só é escrito após as coisas acontecerem e a vida é cheia de etapas. Nada acontece por acaso. Temos que passar por um momento que nas nossas cabeças não é de incertezas, mas sim de muitas certezas! O que fazemos sempre foi pela banda e pelo melhor para quem gosta dela. Algumas coisas fogem do nosso controle, no entanto se isso acontece, significam que são para o melhor. Não há muros que não possam ser contornados. Nesse curto espaço de tempo nos aproximamos mais ainda e ouvindo a letra de "Haunted by your Ghosts", percebo algumas palavras que eu mesmo teria dito, mas que acabaram saindo da cabeça e dos dedos de Aquiles em seu notebook, com uma sinergia que eu nunca havia experimentado :

"I will never let you play with my life
Just take a breathe and start again
A brand new day, never the same
There is no time to cry
When you learn to lose
There are no limits in your way
When you share a dream
you don't look back on yesterday..."
Se você entendeu isso, venha conosco! Pois o trem não pode parar e ele anda a alta velocidade!

NM

Revisão e pitacos nos "portugueses", rsrsrs, Van Doi, Jo Frota e Fábio Laguna


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Diário do Hangar - Julho 2011












Goiânia e Jander Tattoo

Começamos nossa aventura de julho na cidade de Goiânia. Já havia estado em Goiânia por quatro vezes, sempre a convite do Pedro, da Hiccup Produções. Nas ocasiões anteriores, acompanhei o Aquiles em dois workshops e fizemos dois shows completos do Hangar no espaço Centro Cultural Martim Cererê. Desta vez fomos convidados para tocar na sétima edição do Tattoo Rock Fest, um festival que reúne tatuagem e muito rock´n´roll. Nosso show seria no sábado e chegamos a Goiânia na sexta-feira, com o intuito de aproveitarmos o dia inteiro para "marcarmos" nosso corpo antes do festival, já que durante ou no dia do evento seria impossível. Essa história começou há cerca de dois anos atrás, quando o Pedro apresentou o Jander Rodrigues ao Aquiles. Jander é um dos mais hábeis tatuadores brasileiros e tem um trabalho reconhecido e elogiado por todos. Sua especialidade é o biomecânico e o Aquiles acabou fazendo uma tattoo com Jander, que passou a fazer parte do nosso grupo de apoiadores. Chegamos ao hotel por volta das 8 da manhã. Após um café e um banho, seguimos em dois táxis para o Jander Tattoo Estúdio. Localizado no décimo andar de um elegante prédio em zona nobre da capital Goiânia, o estúdio é enorme, com várias salas. “Confesso que fiquei meio deslocado, afinal, não sabia como funcionaria o esquema de ‘tatuagem coletiva”, pois éramos cinco, eu, Fábio, Aquiles, Martinez e o Daniel Fernandes, nosso técnico de som, já que o Humberto chegaria à cidade somente no final da tarde e acabou perdendo a sessão. O Jander, acompanhado pela Ravana Souza, veio nos receber muito educadamente deu as boas vindas. O Aquiles já entrou na sala de tatuagem enquanto os demais ficaram na sala de espera conversando com as outras pessoas da equipe que iam chegando e se apresentando. Conforme decidíamos o que iriamos tatuar, a Ravana indicava a pessoa certa para o trabalho. Faziam parte da equipe a Rejane Olig, o Wilson Junior, a Lays Alencar, a Priscilla Lima e a Paula Dame. O Fábio foi o primeiro a falar em algum desenho estilo "maori extraterrestre" e prontamente o Wilson Junior se apresentou para o trampo. Naquela confusão de pessoas, ficamos discutindo sobre os desenhos e a Rejane Olig me ajudou, pesquisando algumas opções na net. Achamos o desenho e a Ravana e a Rejane me disseram que eu deveria esperar a Virgínia Burlesque, outra tatuadora que estava vindo para ajudar no trabalho.

Martinez

Enquanto eu esperava a Virgínia chegar, fiquei batendo papo com o Daniel e o Rodrigo. Fiquei só olhando de longe o Martinez que, bem como de seu costume, não se decidia quanto a sua tatuagem, ou seja, pra variar, até mesmo no seu desenho imperava a "confusão". Ele queria alguma coisa "old school", e foi a Paula Dame que chegou e tentou entender o que ele imaginava. O desenho era um rosto de uma mulher misturado com guitarra, violão e mais alguns detalhes... Até a "palheta do destino está lá"... Eu olhava e ficava com pena da Paula, que tentava dar o máximo para desenhar todos os detalhes...

O Daniel começou a procurar o seu desenho junto com a Rejane e já era quase meio dia quando finalmente a Virgínia Burlesque chegou. Confesso que eu até estava pensando em desistir. Não estava muito a fim de sentir dor não. Mas logo percebi que a Virginia era uma pessoa bem positiva e me deixou bem à vontade quanto ao desenho. Ela prontamente me ouviu e saiu para desenhar o que seria a idéia dela para a "Ankh" que eu queria tatuar. As minhas duas tatuagens anteriores são um "Yin/Yang" estilizado com os elementos água, ar, terra e fogo e representa o "equilíbrio". A segunda é o "H", símbolo do Hangar e agora a Ankh, que se lê "anaqui" e significa o "símbolo da vida". Tento manter um significado para as minhas tattoos já que elas irão me acompanhar para sempre. Nada contra quem queira tatuar golfinhos, estrelas do mar, cascudos e outras coisas... (huahuahu, piada interna), afinal estes desenhos também devem significar alguma coisa importante para a pessoa. No início da tarde fui para a mesma sala onde estava o Fábio com o Wilson Junior e começamos a sessão. Com certeza a apreensão é grande porque não podemos dizer que "não dói". Realmente a dor, embora suportável, existe. Difícil esquecer a sensação do "álcool" entrando na sua pele depois de duas horas de tatuagem... hauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Enquanto o Fábio, Aquiles, o Daniel e eu já estávamos nas salas "recebendo tinta", acompanhava de longe a Paula ainda tentando terminar o desenho do Eduardo. Enquanto a tarde passava divertíamos com as nossas "dores". Como o meu desenho aparentemente era o mais simples e menor, ajudado pela paciência da minha tatuadora, pude circular pelas salas várias vezes apreciando as caras nada agradáveis de todos... Tatuar é um ritual. A concentração do tatuador na hora em que ele exerce a sua profissão é notória. Brincávamos nervosamente com nossas dores, mas os profissionais estavam lá focados. Às 16hh30 a Virgínia terminou minha tattoo. O Aquiles não aguentava mais devido ao tamanho e ao local escolhido. O Fábio ainda iria ficar até às 23hs00, enquanto o Daniel já estava no final e o Martinez... Bem, o Martinez estava começando a primeira parte do seu desenho.

As 17hs seguimos para a loja da Harmonia Musical onde muito doloridos recebemos vários fãs e amigos como a Thais Sena que largou o trabalho no Santander pra ir até a Harmonia, rs, e a Layanne Cristine, nossa grande amiga de "twitter" e o Tiago Miranda, nosso velho conhecido e amigo. Às 19hs, enquanto alguns voltavam para o hotel, voltei junto com o Fábio, o Martinez e o Daniel para o Jander onde eles tentariam completar as suas tattoos. Saímos de lá às 23hs e apenas o Martinez e a Paula não conseguiram terminar, devido a complexidade do desenho "articulado" por eles...

Foi um dia cansativo, mas produtivo. Tive mais respeito ainda por estes profissionais que desenham na sua pele. Um grande abraço ao Jander, Ravana, Lays, Rejane, Wilson, Priscilla, Paula e a "fada" Virgínia pela paciência. Quem quiser conferir o trabalho deles é só acessar www.jandertattoo.com

Tattoo Rock Fest

No outro dia, sábado, dia 02, o pessoal da equipe saiu cedo para montar nosso equipamento. Enquanto isso eu procurava uma farmácia que vendesse a pomada cicatrizante apropriada para os nossos desenhos. Depois do almoço fomos para o local do show. Um lindo e enorme local chamado Centro Cultural Oscar Niemayer, com um palco, som e estrutura incríveis. Na parte de fora do teatro ficavam os bares e a exposição com vários stands de tatuadores de todo o Brasil, além de roupas, máquinas, livros, tintas e afins. Era uma Expo Tattoo, na melhor concepção das palavras. Tentei acompanhar tudo, mas tive que evitar aquela demonstração em que as pessoas ficam penduradas por ganchos a alguns metros de altura. Foi demais pra mim, mas respeito os caras que fazem.

O show foi muito bom. Estávamos com uma energia boa e o clima de palco, som, luz e público ajudaram bastante. Encontramos novamente nossos amigos Tiago Miranda, Murilo Morais e Thais Sena. O Aquiles fez uma justa homenagem a todos os tatuadores que estavam presentes, em especial aos da equipe do Jander que foram prestigiar o evento e nosso show e encerramos a noite comemorando bastante e carregando nosso ônibus para a volta direto a São Paulo. Foi a quinta vez em Goiânia, mas pelo jeito vamos voltar rápido. A cada desenho você quer mais um na sua pele...

São José dos Campos

Dia 13, "Dia Mundial do Rock", foi vez de irmos a São José dos Campos, cidade próxima a São Paulo. Como já disse em outros diários, tocar no SESC sempre é bom. É uma garantia de você ser bem recebido, qualidade de luz e som. Chegamos e fomos recebidos pela Suely Vieira, responsável pela contratação e programação musical do SESC da cidade. Ela faz um trabalho invejável. Muitos artistas nacionais já passaram pela cidade. Apenas dez dias antes o Flávio Venturini tinha realizado um show ali. O local escolhido para o show foi o Ginásio do SESC, ou seja, um lugar grande, o que nos deixou apreensivos. Seria um mais um "Anvil Day"? Passamos o som e pontualmente às 20hs00 nos dirigimos aos camarins. O show estava marcado para as 20h30 e eu sempre costumo ficar olhando o público. Era noite de quarta-feira com jogo do Brasil na TV, e mesmo assim mais de 400 pessoas compareceram e curtiram o show! Chegar em uma cidade que você nunca tocou e olhar diversas pessoas cantando as músicas da banda é muito gratificante. Sinal de que estamos crescendo como banda. No final batemos papo com todos e nos divertimos com a presença de vários amigos, como o João Duarte e a Marina, que saíram de São Paulo especialmente para o show, o vocalista Lean Van Hanna e o tecladista e fotógrafo William Vankar. Esperamos em breve voltar à região com muitas novidades.

Paraguaçu Paulista

Saímos de São José dos Campos por volta das dez da manhã e seguimos direto para Paraguaçu Paulista. Foi uma viagem longa onde mais uma vez não faltaram os diversos (mesmo!!!) capítulos de "Prison Break", novamente. Lá pelas duas da tarde resolvemos parar para almoçar. O problema que a partir dessa hora é difícil arrumar um local na estrada. Estávamos no meio do nada e paramos em um local que vende artigos coloniais, mel, própolis etc... mas que servia almoço em marmitas porque o restaurante com ar condicionado já estava fechado. Não tivemos dúvida, banda e equipe, cada um pegou uma marmita e almoçou no pátio do local. Os dez bichos comendo sentados no chão em meio às pedras, com garfos e facas de plástico no maior esquema "rural brothers of metal".

Chegamos a Paraguaçu na noite de quinta-feira, um dia antes do show. Fomos recebidos pelo Michel Inzaghi que nos levou direto ao hotel. Conheci o Michel e o pessoal de Paraguaçu quando tocamos em Presidente Prudente em maio, na Virada Cultural. Na ocasião ele me disse que nunca uma banda de metal esteve em Paraguaçu e que um dos sonhos dele era levar o Hangar.

Descansamos bastante e no outro dia cedo a equipe foi montar o equipamento em um lindo teatro na cidade. Ocupamos o dia com afazeres contratuais nos dois cartórios de Paraguaçu, o que rendeu ótimos momentos cômicos. O Aquiles não resistiu a uma placa que dizia "Protesto" e começou a discursar sobre alguma coisa que ele não gostava ou estava insatisfeito... Em cidade pequena, quando chega gente de fora todos ficam sabendo, então a confusão e o bom humor tomaram conta de repartições até então sérias como os cartórios de registros de Paraguaçu Paulista. A noite de sexta estava agradável e fizemos um show muito bom com a presença de muita gente da cidade e de cidades vizinhas como o Pedro Bertasso e a Vivian que vieram de Presidente Prudente para assistir o show e fazer uma entrevista exclusiva com a banda; o Cadu Newsted e o pessoal da TRZ Metal Tour, de Marília. Aliás, o Cadu tá nos enrolando até hoje... Cadê o show de Marília, Cadu? Parabéns ao Michel Inzaghi, um garoto de apenas 21 anos e com uma seriedade e profissionalismo a serem destacados. Não importa a idade ou a falta de experiência, quando a pessoa quer fazer ela faz e ponto final. Michel é uma prova disso. Saímos de Paraguaçu na manhã e seguimos rumo a São Paulo.

SESC Pompéia

Com o adiamento do Araraquara Rock fiquei uma semana na cidade de São Paulo e o Martinez foi para Mococa com o Fábio. O Aquiles está com uma nova sala de aula no Instituto Fabiano Manhas, na zona norte da capital, e aproveitamos para tocar um pouco e ajeitar algumas coisas por lá. Nesta semana recebemos o Inside Your Soul, que não tinha sido relançado desde a sua origem em 2001. Dez anos depois recebê-lo ali, novo, foi emocionante. Um grande período e um grande disco. Sempre falo que a música Inside Your Soul tem o baixo mais difícil de ser tocado em todas as músicas do Hangar. Tocar em São Paulo sempre traz um pouco de preocupação. Show na sexta feira, cidade grande, frio, etc. Mas como sempre tivemos uma resposta de público excelente com a casa cheia. É uma ótima oportunidade de rever os amigos de sempre além dos novos que sempre aparecem. Como sempre a Marina Dickinson e o João Duarte nos acompanharam. Nossa grande diretora de arte Vanessa Doi e a Carol Angeli. O César Pereira e sua mãe que nos acompanha sempre. As irmãs Pry e Damaris, a Simara Fiorelini e o Junior e a Sanedi. Tivemos também o staff da Lady Snake em peso com a Sônia Paha, a Aninha Soncin e a Simone Borges e o Ralf Carlos, todos muito felizes e simpáticos. O grande batera Fabiano Manhas também esteve presente. No show o, Théo Vieira, nosso grande parceiro, nos acompanhou com o violão em quatro músicas.

O final da noite se aproximou e na madrugada fria de São Paulo havia uma sensação de despedida. Embora estejamos sempre em contato sabíamos que os próximos shows somente aconteceriam em setembro. Ao mesmo tempo as novidades e as expectativas para o segundo semestre não saíam das nossas mentes. Plantar, semear, colher fazem parte da vida desta banda... A busca continua e as novidades acontecem. Aproveito pra lembrar, mas de forma um pouco diferente, o que diz a canção daquela banda irlandesa/americana: "Wake me up when september BEGINS..."

Abraço a todos... Até o próximo episódio.

Nando Mello

Revisão e pitacos Fábio Laguna

Fotos Tatoos Mello e Aquiles by Virgínia Burlesque e Jander Rodrigues

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Músicas que marcaram : Capítulo cinco - With or Whitout You - U2



Década de oitenta, Tv Cultura ou Piratini como chamava aqui no sul. Rádio Ipanema FM. Madonna e Michael Jackson se preparavam para dominar a década com seu pop. Na distante Irlanda em uma cidade chamada Dublin nascia uma banda diferente. Com uma economia e sutileza harmonica ímpar e um talento raro para escrever melodias marcantes, o U2 apareceu para dominar o pop e transgredir a sua barreira com muito rock de uma maneira como nunca se tinha visto antes. Nos quatro primeiros discos lançados no ínicio da década e que demoraram um pouco para chegar em terras brasileiras a qualidade já estava presente. Músicas como "I Will Follow", "Gloria", "New Years Day" e "Sunday Bloody Sunday" juntaram-se a "Pride " do disco "The Unforgettable Fire" e nos mostravam que aquela banda estava predestinada a se tornar se não a maior , uma das maiores. Em 87 veio o disco definitivo. Um marco em toda a história da música rock , pop ou qualquer que seja. "The Joshua Tree". Com músicas como "Where The Streets Have no Name", "I Still Havent Found What I´m Looking For" e "Bullet the Blue Sky". Foi com"With or Whitout You" que o U2 escreveu uma página na história da música. Com uma letra simples que se firmou no contexto geral do album. Uma mensagem que mistura angústias típicas irlandesas como religião e política mundial da época e a empatia e antipatia pela América e sua vastidão territorial e seus lados ambíguos pessoais e materialistas que seriam complementados pelo album seguinte, "Rattle and Hum" lançado um ano após. "The Joshua Tree" levou o U2 ao patamar de super banda que nos acostumamos até os dias atuais.

With Or Without You

See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side
I wait for you

Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails she makes me wait
And I wait without you

With or without you

Through the storm we reach the shore
You gave it all but I want more
And I'm waiting for you

With or without you
I can't live
With or without you

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give yourself away
My hands are tied, my body bruised
She got me with
Nothing to win and
Nothing left to lose

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away

With or without you
With or without you
I can't live
With or without you

domingo, 31 de julho de 2011

Pra quem gosta de futebol...parte I....Leeds United - Inglaterra 1965/1975


Quem me conhece sabe da minha paixão por futebol. Não somente com o meu time, Internacional, mas a história do futebol. Clubes, seleções, campeonatos. Tenho muita coisa guardada em arquivos e revistas. Nos anos 80 era quase impossível conseguir informações precisas sobre futebol de outros países. Com o passar dos anos e a chegada da internet consegui ter tudo que sempre procurava em revistas velhas durante os anos 80. Aquela coisa de criança mesmo. Quanto mais difícil de ter mais eu queria. Futebol nacional era acessível, mas o de fora era muito complicado.Nomes como Real Madrid, Torino, Tottenham, Independiente, Barcelona, Ajax me fascinavam..

Esta série começa falando de um time que atualmente não está nem na primeira divisão de seu país. A minha paixão pela história dele começou quando comprei uma velha revista Placar do mes de junho de 1975 em um "sebo" de Porto Alegre nos longinquos anos 80. Uma matéria me chamou atenção. "Final da Copa Européia de Futebol". Escolhi este clube por ele estar na contra mão de tudo que passou a ser o futebol depois de 1992, a data definida para a "nova era" do futebol como conhecemos atualmente.
Leeds é uma cidade ao norte da Inglaterra com cerca de 400.000 habitantes. Nesta cidade apareceu um dos maiores times ingleses de todos os tempos, o Leeds United A.F.C.. Durante cerca de 10 anos , de 1965 até 1975, o Leeds dominou o cenário do futebol inglês usando praticamente a mesma escalação. Era o tempo em que os jogadores jogavam com o coração e ficar dez anos em um mesmo clube não era incomum. Com a chegada do youtube pude comprovar o quanto o time realmente era bom. O que tinha apenas lido pude ver em ação. Comandados pelo técnico Don Revie, o Leeds United subiu para a primeira divisão em 1965. Don Revie fez do seu time uma família, o que por vezes o levou a ser muito criticado pelo espírito guerreiro e belicoso da equipe.
O Leeds foi campeão ingles em 1969 e 1975 e vice campeão em 1965, 1966, 1970, 1971 e 1972. Venceu a Copa da Inglaterra em 1972 e foi vice em 1965, 1970 e 1973. Venceu a League Cup em 1968 e a Charity Shield em 1969. Ganhou a Copa da UEFA em 1968 e 1971 e foi vice em 1967. Foi vice campeão da Recopa Europeia em 1973 e vice campeão da Europa em 1975 em uma final contra o Bayern de Munique, onde até hoje se contesta a atuação do juiz na partida, claramente favorecendo aos alemães.
O time base que jogou junto por praticamente dez anos era formado pelos goleiros Gary Sprake (62/73), títular até 1973 e David Harvey (65/80), o lateral direito era Paul Reaney(62/78) e o esquerdo Paul Madelay (63/80). A zaga era formada por Jack Charlton (52/73) e Norman Hunter (62/76). Em 1974 Charlton foi substituído por Frank Gray (72/79). O reserva imediato da defesa era Terry Cooper (62/75) . O meio de campo era formado pela lenda escocesa Billy Bremner (59/76), Allan Clark (69/78) e Johnny Giles (63/75). O ataque com Peter Lorimer (63/79) na direita e Eddie Gray (65/83) na esquerda. Os centroavantes foram Mick Jones (67/75) e Joe Jordan (70/75). Entre parenteses estão os anos que os jogadores ficaram no clube. Reaney, Charlton, Hunter, Madelay e Bremner jogaram mais de 700 partidas pelo Leeds. Lorimer mais de 600. Sprake, Giles e Gray mais de 500. Números impensáveis nos dias atuais.
O elenco reduzido do Leeds foi fundamental para a união da equipe , mas também fez com que o time perdesse muitas decisões importantes, fazendo-o vice campeão inúmeras vezes.
Hoje o clube amarga a segunda divisão da Inglaterra , mas a marca ficou para sempre e todos no mundo do futebol aguardam ansiosos a volta do Leeds a primeira divisão onde realmente é o seu lugar. Eram outros tempos, quando os jogadores ficavam dez anos em seus clubes e amavam a sua camiseta, mas isso já passou, fica a história de um grande time de futebol. Confira no youtube os lances e as partidas do Leeds United desta época.
Para quem quiser conhecer um pouco da história deste periodo foi lançado em 2009 um filme chamado "The Damned United" estrelado por Michael Sheen. Conta a história do Leeds no ano de 1974 quando Don Revie deixa o clube para comandar a seleção inglesa e assume em seu lugar o técnico Brian Clough. A "família Leeds" não aceita a troca e boicota Brian que deixa o clube e ruma para o Nottingham Forest onde seria campeão ingles e bi campeão da Europa...bom mas esse é um outro time, um outro momento e um outro capítulo...
abs
NM

Fotos..Leeds United Campeão Ingles 1974