sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Livros: "On the Road - Pé na Estrada" - Jack Keroauc e os seus paralelos.


A vida e a estrada tem muito em comum.A maioria das pessoas não consegue associar as duas palavras e levam a sua vida sem conhecer ou presenciar os fatos marcantes que podem fazer com que a sua experiência seja muito mais relevante do que a cotidiana rotina de simplesmente ficar parado em um lugar somente. Jack Kerouac era um destas almas inquietas que preferiram sair sem destino e arriscar-se por aventuras estradeiras que serviram de base para a sua profissão de escritor. Nascido em 1922 , aos dezoito anos decidiu ser um viajante . Escrevia hora em casa hora na estrada. Sua forma de escrever usava o elemento pouco comum de descrever as imagens e situações sem pensar muito nem analisar as prerrogativas corretas para o uso de vírgulas ou pontuações deixando a imaginação correr livre para que o leitor imaginasse a "esquina pobre de Denver repleta de sujeitos bêbados e tropegos que ouvem jazz sem parar enquanto fumam na noite fria". Seu grande amigo foi Neal Cassady com quem atravessou por quatro vezes os Estados Unidos de Nova York a San Francisco passando pelo México, Denver, Los Angeles e a lendária Rota 66. A aventura de 1947 até 1950 serviu de base para a sua obra prima chamada "On the Road" , onde Jack Keroauc narra as suas andanças pelo país junto com Neal com os pseudônimos de "Sal Paradise e Dean Moriarty". "On the Road" foi lançado somente sete anos mais tarde em 1957. Deu origem ao movimento "beatnik" base para os "hippies" que depois tomariam conta da América na década de sessenta. O livro foi lançado no Brasil como "Pé na Estrada" somente em 1984 com um atraso de 27 anos. Abrindo parênteses a tradução para o português foi feita pelo grande Eduardo Bueno, o "Peninha" como o chamamos aqui no sul, com supervisão de Antonio Bivar, outro grande "beatnik" que escreveu "Verdes Vales do Fim do Mundo" contando a sua viagem de um ano e uma semana pelo Reino Unido no inicio dos anos setenta. Peninha no inicio dos anos oitenta apresentava um programa na TVE - RS chamado "Pra começo de conversa". Sua própria experiência como mochileiro que foi de Nova York até Porto Alegre com uma mochila de 33kgs as costas, bicho grilo, profundo conhecedor de Bob Dylan e fã confesso de Neil Young contribuiriam muito para o resgate desta parte "Beat" da literatura e do comportamento à época. Voltando ao livro, Keroauc consegue descrever claramente todas as situações que realmente viveu, não poupando palavras, abusos, erros, felicidades, álcool, drogas, sexo, música, mulheres, paisagens e toda a pintura que anos na estrada puderam lhe garantir na memória. Traduzindo um pouco disso tudo cito o texto da contra capa do livro escrito por Rafa Roubiceck :
"Como viagem e como literatura, "On the Road" é uma injeção de tesão na medula, um pé na vida. Suas figuras vagabundas, ingênuas ou genuinamente místicas, anti-heróis da terra de "O Vento Levou" circulam por Los Angeles e Nova York, mas poderiam fazê-lo em Amsterdam, Katmandu ou São Paulo, a opção parece clara, crescer e envelhecer ou botar o "Pé na estrada"."
O brasileiro Walter Salles rodou a película e o filme em breve estará nos cinemas com Christen Stewart (aquela coitadinha da saga Crepúsculo que fica pedindo por favor para um lobisomem e um vampiro a possuírem e ninguém faz nada...coitada da criatura, eu perco o amigo mas não a piada e não é um comentário machista ok?), Sam Riley, Kirsten Dunst e Garrett Hedlund.
Acreditando na imortalidade da cultura de um livro escrito nos anos cinquenta pode muito bem servir de paralelo à atualidade. Algumas aventuras repetem e são pertinentes ao mundo de Kerouac , ou Sal Paradise como ele mesmo se auto denominava.Caso você duvide disso convido-o a ler o primeiro post deste blog publicado em 14/10/2010. Fica a dica de leitura, antes que o filme chegue.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Material gráfico do Hangar by JDuarte




Sempre tivemos muita sorte em contar com profissionais competentes nas nossas produções visuais. Patrícia Tarasconi, Rodrigo Cruz, Luciano Sorrentino e Vanessa Doi foram infalíveis nas capas e artes dos nossos discos e deixaram suas marcas. No dia a dia com o passar dos shows e atividades com o Hangar e workshops
individuais sentimos a necessidade de mais dinamismo e manutenção quase que on line de nossos compromissos. Foi ai que apareceu o João Duarte. Eu o conheço a um bom tempo, através da Marina Dickinson, nossa grande amiga que chamo carinhosamente de "número 1" por ser uma grande fã da banda a muito tempo. Lembro que timidamente eu e o João começamos a trocar ideias sobre algumas artes para cartaz de workshops e logos personalizados, já que ele já era um profissional do ramo , mas acho que ele ainda não havia topado com um trabalho mais pesado na grande mídia. Logo em seguida joguei o desafio maior que era a construção do nosso myspace oficial.Como de costume ele foi atrás e conseguiu um resultado impecável. Hoje o João Duarte é uma realidade do design, direcionando seu trabalho a várias bandas e artistas e faz parte da história do Hangar. O portfólio abrange
tudo, sites, myspaces, jpgs e toda mídia gráfica disponível, ou
seja todas as soluções. Parabéns a JDuarte Design pela grande parceria ao longo dos últimos anos. Quer conhecer acesse www.myspace.com/jduartedesign

sábado, 8 de janeiro de 2011

Kleiton e Kledir , deu pra ti paixão.


Não é nenhuma novidade que nós gaúchos somos bastante peculiares quanto a nossa identidade. Falar sobre isso renderia um bom texto , mas não para hoje. Comecei este tópico por que revirando os discos antigos que trouxe da casa do meu pai encontrei um antigo LP da dupla gaúcha Kleiton e Kledir. O disco que é de 1981/82, se não me engano, foi sucesso nacional e alavancou a carreira deles por muito tempo. A música que mais tocou chama-se "Deu Pra Ti" que fala exatamente a linguagem padrão destas terras. Jargões comuns aos gaudérios foram levados a várias querências e estâncias de outros estados e tomaram rumo natural de inserir-se na linguagem coloquial ou trivial até hoje. O "Bah" que é uma interjeição que indica espanto, admiração, surpresa ou assombro , já era bem conhecido nacionalmente por todos, mas expressões e frases como "tri legal", "a tchurma do Bom Fim", "as gurias tão tri afim", aliadas a visões comuns do cotidiano e de personalidades de Porto Alegre como "Beladona e chimarrão, que saudade da Redenção, do Fogaça e do Falcão, cobertor de orelha pro frio e a galera no Beira Rio" foram levadas ao conhecimento de muitos. Foi um momento legal da dupla e um marco na música destes lados. O disco ainda tem músicas importantes até hoje como "Semeadura" , uma milonga escrita pelo irmão Vitor Ramil com o refrão que marcou época por aqui :
"Americana Pátria morena, quiero tener
Guitarra y canto libre, en tu amanecer
No Pampa meu pala a voar , esteira de vento e luar, vento e luar."
O disco se completava com "Estrela, Estrela" também do irmão Vítor e os sucessos de rádio "Trova", "Noite de São João" , "Navega Coração" e a grande obra do disco "Paixão". Já tentei encontrar outra música que explicasse tão bem este momento único da paixão , mas para competir com esta letra é muito complicado. "Paixão" fala exatamente deste momento mágico. Uma balada com arranjo bem feito e uma letra com palavras simples mas certeiras. Kledir conseguiu traduzir alguns sentimentos em uma visão bem abrangente sobre uma espécie de leitura masculina daquele momento, mas não de uma maneira radical ou machista. Pelo contrário com todo o respeito e beleza que merece a situação. A letra tanto pode servir para uma noite ou para a vida toda e ai esta a magia desta poesia. Talvez uma visão feminina fosse importante para atestar a minha opinião, mas enfim, acho que foi um momento mágico desta dupla.Fica a dica para quem não conhece estes gaudérios que fazem história por estes pagos e campos.
Tá mas o que isso tem a ver com metal???? Pegue uma garrafa de vinho coloque a música e convide a sua paixão para fazer o teste...nada mais rock`n`roll.....

Paixão ( Kledir Ramil )

Amo tua voz e tua cor
E o teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que nem sei contar

Ser feliz é tudo que se quer
Ah este maldito fecho eclair
De repente a gente rasga a roupa
E uma febre muita louca
Faz o corpo arrepiar

Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim nem por ninguém

Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar

Vou ficar até o fim do dia
Decorando a tua geografia
E essa aventura em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar

Tens um não sei que de paraíso
E o corpo mais preciso
Do que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Hangar Day dia 12/03/2011 em São Paulo


HANGAR DAY

A Banda Hangar promove evento com Show, Meet & Greet e lança ainda o concurso TOQUE COM O HANGAR NO HANGAR DAY

No dia 12 de março de 2011, o Blackmore Rock Bar será palco do Hangar Day, um evento único, realizado pelo Hangar em parceria com a Free Note.

Em comemoração ao evento, o Hangar lança em janeiro/2011 o concurso Toque com o Hangar no Hangar Day, onde 5 vencedores terão a chance de dividir o palco com o Hangar para tocar uma música cada. (Consulte o regulamento do concurso no site www.hangar.mus.br.)

Após os vencedores deixarem o palco, o Hangar iniciará um show com o repertório do seu novo álbum Infallible, seguido de um Meet & Greet para todos os fãs presentes no evento. Durante todo o evento serão realizados sorteios de muitos brindes especiais!

A partir do momento de abertura da casa, haverá venda de Merchandising Oficial da Banda e produtos Free Note (Métodos, Songbooks e outros produtos) com preços especiais!

Comprando o seu ingresso ANTECIPADO você ganha automaticamente 10,00 em bônus para gastar no estande da Free Note no dia do evento.*

*válido somente para compras realizadas no dia do evento.

Informações
Hangar Day
Sábado, 12/03/2011 às 22h (abertura da casa: 20h)
Blackmore Rock Bar
Alameda dos Maracatins 1317 – Moema

Venda de Ingressos
Os ingressos estarão à venda a partir do dia 29/01 na Free Note (Rua Teodoro Sampaio, 785 –
Informações: 11 3085-4690)
Compra antecipada (Free Note): R$ 15,00
Compra no dia do evento (na bilheteria do Blackmore Rock Bar): R$ 20,00

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Músicas que marcaram : Capítulo Dois - Burn - Deep Purple


Tudo bem eu também gosto do Gillan e dos discos In Rock , Fireball, Machine Head, Made In Japan e Who Do We Think We Are. Obras maravilhosas, extraordinariamente bem tocadas e impressionantes, mas de alguma maneira aquele período talvez estivesse um pouco aquém do que conhecemos hoje como um show completo de hard ou heavy rock. Ainda faltava alguma coisa e isso a gente ve nos vídeos da época. Mudanças acontecem em qualquer banda. Eu é que sei...Escutar os trabalhos do Deep Purple com David Coverdale e Glenn Hughes para mim foi como um rejuvenescimento. Um outro olhar sobre a banda. Talvez fosse o fato do baixista cantar e tocar pra caramba. A composição em si, baseada em um dos riffs mais poderosos da história aliada a bateria louca do Ian Paice , coisa que até hoje os bateras se quebram pra repetir, faziam com que eu a ouvisse sem parar na adolescencia. Estava tudo lá, verso, solo de guitarra e de teclado, refrão, só que com uma linguagem um pouco diferente que talvez nem eles soubessem, mas que já desenhava o que viria depois na continuidade dos seus trabalhos. Falando um pouco do album, Burn era acompanhada por suas irmãs You Fool no One, Sail Away, Mistreated e Might Just Take Your Life, fazendo-o uma obra prima. Sempre leio que a influência de Glenn Hughes teria feito com que Richie Blackmore tivesse abandonado o barco depois do lançamento do disco seguinte "Stormbringer", mas olhando as composições notamos que em sua sua maioria são dele mesmo e de David Coverdale, Jon Lord e Ian Paice, então???. Indo um pouco mais adiante fica claro os estilos de cada um quando você ouve "Stormbringer" do disco homónimo e "This Time Around" e "You Keep on Moving" do disco "Come Taste the Band", já sem Blackmore nas guitarras. Enquanto Blackmore era mais metal, Coverdale era mais hard e Hughes mais soul. O disco e a música lançados em fevereiro de 1974 mostraram os caminhos diferentes que cada um deveria seguir para o bem do rock dos anos 70 e para a posteridade. A distancia, me parece que Blackmore era o mais focado na carreira e nos objetivos. Saindo do Deep Purple chamou um time de peso e formou o Rainbow com Dio nos vocais e após lançar o primeiro e segundo discos saiu em uma super tourne com dois backdrops e um Arco-Iris de luzes coloridas no palco em um show caríssimo que nem mesmo o Deep Purple dos aúreos tempos possuía. Mais tarde se dirigiu ao mercado americano onde conseguiu sucesso até o ínicio dos anos 80. Coverdale, a grande revelação e o mais novo da formação de 1974/75 seguiu o seu caminho primeiramente junto com Jon Lord e Ian Paice e transitou até o ínicio dos anos 80 pelo rock tradicional calcado no hard blues com discos excelentes da sua banda Whitesnake. A partir da metade da década "descobriu" o mercado americano e transformou-se no mega rock star que conhecemos atualmente. Embora nunca mais tenham tocado juntos é interessante ouvir a música "Soldier of Fortune" do disco Stormbringer. Uma composição dos dois que já mostrava o direcionamento de ambos e para onde iriam seus trabalhos. A primeira "balada" de Coverdale que depois usaria muito bem este expediente em todos os discos do Whitesnake somada ao arranjo e solo de Blackmore que notadamente expandiria a idéia para os primeiros discos do Rainbow. Hughes depois de anos perdidos com as drogas , hoje toca e canta tão bem quanto anos atrás e esteve no Brasil a poucos dias levando o seu legado adiante com ótimos trabalhos. Enfim que continuem "queimando tudo" pelos palcos, "You know we had no time...

Burn

(Blackmore, Coverdale, Lord, Paice) - Burn - Deep Purple - 1974

The Sky is Red, I dont understand
Past midnight I still see the land
People are sayin`the woman is damned
She makes you burn with a wave of her hand

The city´s a blaze , the town´s on fire
The woman´s glames are reaching higher
We wewr fools , called her liar
All I hear is, burn..

I didn´t believe she was devil´s sperm
She said, curse you all, you´ll never learn
When I leave there´s no return
The people laughed till she said, burn...

Warning came, no one cared
Earth was shakin`, we stood and stared
When it came no one was spared
Still I hear, burn...

You know we had no time
We could not even try
You know we had no time